Após a megaoperação policial no Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na terça-feira (28), foi encontrada uma cabeça de um integrante do Comando Vermelho (CV) amarrada ao tronco de uma árvore. O restante do corpo foi encontrado logo adiante, entre suspeitos mortos durante o confronto.
A descoberta chamou atenção dos investigadores. Moradores gravaram o momento em que a cabeça é retirada da árvore e colocada em uma sacola plástica, ao lado dos corpos espalhados pelo matagal. Uma pessoa que aparece nas imagens comenta: “Estragaram os amigos.” A Polícia Civil tenta identificar quem foi responsável pela decapitação e pela fixação da cabeça no tronco.
Operação deixa mortos e presos
A ação, que envolveu forças de segurança do Rio de Janeiro e do Pará, resultou em 64 mortes e 81 prisões. O alvo da ofensiva era enfraquecer o domínio do Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha.
Entre os procurados, 32 suspeitos eram do Pará, apontados como lideranças do tráfico na região Norte. A Polícia Civil paraense, porém, não confirmou se eles estão entre os mortos.
Prisões de líderes do CV
Durante a operação, dois nomes fortes do CV no Pará foram detidos:
- Rodrigo de Jesus Coelho, o “RD” — investigado por tráfico de drogas e homicídios, além de dois mandados por tentativa de latrocínio.
- Joelison de Jesus Barbosa, o “Fuzue” — acusado de crimes na região do Lago de Tucuruí e preso em flagrante por porte de arma de uso restrito.
Reação nas ruas
A ofensiva gerou represálias. Traficantes ergueram barricadas em diversos pontos da cidade, como Linha Amarela, Grajaú-Jacarepaguá e Rua Dias da Cruz, no Méier. O Centro de Operações e Resiliência (COR) elevou o nível operacional para 2, em uma escala de 5, enquanto a Polícia Militar reforçou o patrulhamento.
Confronto intenso
Cerca de 2,5 mil agentes participaram da operação, deflagrada ainda na madrugada. Houve troca de tiros, veículos queimados e explosões. Em vídeos feitos por moradores, quase 200 disparos são ouvidos em apenas um minuto, enquanto colunas de fumaça tomavam a região.
A Polícia Civil também relatou o uso de drones com bombas pelos criminosos. Muitos integrantes do CV fugiram em fila pela parte alta do morro, em uma cena que lembrou a fuga em massa registrada em 2010, durante a ocupação do Alemão.
Investigação continua
A Polícia Civil trabalha para identificar os mortos e esclarecer as circunstâncias da decapitação.
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