Barcelona – O lateral-direito brasileiro Daniel Alves enfrenta situação delicada após ser condenado a quatro anos e seis meses de prisão por estupro na Espanha. A sentença, anunciada na manhã desta quinta-feira (22), ocorreu em Barcelona, onde o julgamento teve desfecho.
Daniel Alves já passou um ano detido, tempo que será descontado da sua condenação. No entanto, após sua libertação, estará sujeito a um período de cinco anos de liberdade condicional.
A sentença impôs ainda ao jogador a proibição de se aproximar a menos de mil metros do domicílio ou do local de trabalho da vítima, por nove anos e seis meses.
O Tribunal Superior de Justiça da Catalunha, em comunicado, afirmou que “o tribunal considera provado que o acusado segurou bruscamente a denunciante, jogou-a no chão e, evitando que ela pudesse se mover, penetrou-a sexualmente, ainda que a denunciante dissesse que não, que queria ir embora. Com isso, está cumprido o tipo de ausência de consentimento, uso da violência e acesso carnal.”
O julgamento, que teve início em 7 de fevereiro e durou três dias, envolveu depoimentos de testemunhas, peritos, a vítima e o próprio acusado.
Presunção de inocência
A defesa de Daniel Alves pediu a suspensão do julgamento, alegando violação de direitos como o da presunção de inocência. No entanto, o Tribunal de Barcelona rejeitou o pedido, afirmando que não houve violação de direitos, pois o jogador contou com assistência legal desde sua prisão.
Em seu depoimento, Daniel Alves chorou, alegou consumo excessivo de álcool e negou a acusação de estupro, afirmando que a relação foi consensual. A vítima, na época com 23 anos, acusou o jogador de agressão sexual.
Recurso
Quanto à situação de Daniel Alves, ainda cabe recurso ao Superior Tribunal de Justiça da Catalunha, e a última instância seria o Tribunal Supremo em Madri. O jogador deve cumprir a pena na Espanha, mas há a possibilidade de solicitar a transferência da pena para o Brasil mediante uma petição à Justiça.
Depoimento
Os detalhes do depoimento de Daniel Alves à Justiça revelam uma versão diferente da narrativa da acusação. Segundo o jogador, a interação com a vítima ocorreu de forma amigável e consensual, com troca de gestos e dança mútua na boate.
Ele nega as acusações de estupro, alegando que a relação foi consensual e que foi surpreendido ao ser informado sobre a acusação pela imprensa, o que resultou em consequências devastadoras em sua vida pessoal e profissional.
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