Tefé (AM) – Uma esteticista de 30 anos foi presa em flagrante na quarta-feira (15), no município de Tefé, interior do Amazonas, acusada de exercício ilegal da medicina. A ação foi coordenada pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Tefé, após solicitação do Ministério Público do Estado (MPAM).
De acordo com o delegado Renato Ferraz, as investigações começaram após a divulgação de vídeos nas redes sociais que mostravam a comercialização e aplicação do medicamento Monjaro (tirzepatida) em uma clínica de estética da cidade. O produto, de uso controlado, é indicado para o tratamento de diabetes tipo 2 e controle de peso, mas sua aplicação exige prescrição médica e autorização da Anvisa.
Durante a fiscalização no local, os policiais encontraram várias ampolas do medicamento — algumas já utilizadas e outras prontas para aplicação — além de agendas contendo os nomes e horários de clientes atendidos pela esteticista.
No momento da abordagem, a dona da clínica não estava presente. A funcionária que se identificou como esteticista assumiu ser a responsável pelas aplicações do medicamento, mesmo sem formação ou autorização legal para tal prática.
Segundo o delegado, a atuação da Polícia Civil busca coibir práticas clandestinas que colocam a saúde da população em risco. “A aplicação de substâncias controladas por pessoas não habilitadas representa um grave risco à saúde pública”, afirmou.
O inquérito segue em andamento e as autoridades continuam as diligências para localizar e responsabilizar a proprietária da clínica. O caso também será comunicado à Vigilância Sanitária, que poderá aplicar sanções administrativas.
Outro lado
Nas redes sociais, a dona da rede de clínicas, Ana Paula Miranda, afirmou que os policiais invadiram a unidade de Tefé sem mandado judicial e negou que a funcionária estivesse aplicando Monjaro. Segundo ela, a profissional realizava apenas um procedimento de limpeza de pele no momento da abordagem.
“Não estou foragida, estou trabalhando normalmente na minha clínica, em Manaus. A Polícia Civil foi até a clínica de Tefé sem mandado, apenas com uma denúncia, e chegaram invadindo como se estivéssemos cometendo algum crime. Disseram que a funcionária foi presa em flagrante aplicando Monjaro, mas ela estava apenas fazendo uma limpeza de pele”, declarou.
Segundo ela, a funcionária foi levada para a delegacia para prestar esclarecimentos. “Eles queriam falar comigo, mas eu não estava na clínica naquele momento. Ela foi como testemunha. O que foi apreendido no local foi apenas a agenda. Não havia nenhuma ampola de Monjaro. Eles recolheram seringas que usamos para procedimentos como aplicação de botox e anestesia, e interpretaram como se fossem para uso de Monjaro. Eu não aplico Monjaro, o original. Tenho consciência de que esse tipo de medicamento só pode ser aplicado por médicos”, declarou Ana Paula.
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