Manaus (AM) – O líder da aldeia indígena Muratuba, o tuxaua Raimundo Nonato Muratuba, do município de Autazes, a 110 km de Manaus, foi preso nesta quarta-feira (10) pela Polícia Federal, por suspeita de cometer abusos sexuais.
Uma das vítimas é neta dele, que teria sido foi abusada dos 8 aos 13 anos. Há ainda denúncias de mais três mulheres indígenas.
Batizada de Yaucacy, a ação empregou cerca de 20 policiais federais para cumprir o mandado de prisão temporária.
“O inquérito policial foi instaurado por meio de denúncia enviada pelo Ministério Público Federal contra o investigado para averiguar crimes de estupro, estupro de vulnerável, abuso de poder, coação de vítimas e cerceamento de direitos básicos de indígenas de sua mesma comunidade”, informou a PF.
Suspeitas
A PF informou que o homem é suspeito de crimes como estupro, estupro de vulnerável, abuso de poder, coação de vítimas e cerceamento de direito básicos.
O líder exigia favores sexuais de mulheres. que tinham acabado de terem filhos e foram pedir para que o ele ajudasse com a documentação das crianças, para que elas tivessem acesso a um benefício.
Chantagem em troca de benefícios
A delegada da Polícia Federal, Letícia Prado, relatou que algumas vítimas, ao precisarem do salário-maternidade após terem filhos, dirigiam-se ao tuxaua. Nesse contexto, ele solicitava favores sexuais em troca de viabilizar o benefício. Prado também mencionou o caso de uma vítima abusada desde muito cedo, por volta dos 8 anos de idade, que seria a própria neta do indígena. “Nesse cenário específico, não havia a componente do benefício; a questão residia na sujeição dessa vítima a uma pessoa mais velha, uma liderança que integrava aquela comunidade”, disse a delegada.
Pelo menos, 20 agentes da PF realizaram a ação, que aconteceu dentro da terra indígena. Quando abordado pela PF, ele disse desconhecer o motivo da prisão.
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