Rio de Janeiro (RJ) – A cúpula do Comando Vermelho (CV) está isolada. Dez líderes da facção acabaram transferidos na noite de terça-feira (28) do Complexo de Gericinó, em Bangu 3, para o presídio de Bangu 1, considerado a unidade de segurança máxima do sistema penitenciário do Rio de Janeiro.
A medida, de caráter preventivo e emergencial, antecede a remoção dos detentos para presídios federais, onde devem cumprir pena sob regime de controle e isolamento total.
Entre os transferidos está Marco Antônio Pereira Firmino, o “My Thor”, apontado como um dos principais articuladores do CV no país. Segundo a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), ele continuava ordenando ataques e execuções de dentro da prisão, mesmo sob vigilância.
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Operação articulada entre governo estadual e Ministério da Justiça
A transferência, coordenada pela Seap com apoio de forças especiais contou com autorização direta do Ministério da Justiça e Segurança Pública. O objetivo é desarticular a rede de comando interno que, segundo investigações, mantinha contato constante com as bases operacionais em comunidades do Rio e até com facções parceiras em outros estados.
De acordo com fontes da inteligência prisional, os dez presos formam o núcleo decisório do tráfico que reagiu com violência às operações da Polícia Militar nos complexos do Alemão e da Penha — onde ocorreram bloqueios de ruas, incêndios de veículos e confrontos armados.
Lista de líderes transferidos para Bangu 1
Entre os presos levados para a unidade de segurança máxima estão:
- Marco Antônio Pereira Firmino, o My Thor
- Luiz Fernando de Souza, o Nando da Penha
- Carlos Eduardo Monteiro, o Kadu do 18
- Rogério de Souza, o Rogerinho do Jacaré
- Fabrício Costa de Oliveira, o FB
- Rafael Menezes de Almeida, o Coroa
- Bruno Alves da Silva, o Bruninho
- Marcos Paulo Santos, o MP
- Jhonatan Freitas Lima, o Jhow
- André Luiz Brito, o Andrezinho do Cajueiro
(nomes conforme relatório preliminar da Seap; a lista oficial será confirmada após protocolo de custódia)
Contexto: a disputa pelo controle do tráfico no Rio
As transferências ocorrem em meio à escalada de violência que tomou conta da capital fluminense em outubro, após a morte de um líder local da facção em operação policial. Em retaliação, criminosos bloquearam vias, incendiaram ônibus e atacaram bases policiais, em uma ofensiva que expôs a fragilidade da segurança pública carioca.
A decisão de deslocar os presos para unidades federais é vista como última tentativa de quebrar o elo entre chefes e subordinados, reduzindo a comunicação por meio de celulares e visitas controladas.
O que muda com a ida a presídios federais
Os presídios federais — localizados em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Mossoró (RN) e Porto Velho (RO) — são projetados para neutralizar a influência das lideranças criminosas. Nessas unidades, os detentos não têm contato físico entre si, passam por rotina de vigilância 24h e restrição total de comunicações externas.
Especialistas em segurança pública avaliam que a operação reforça a necessidade de articulação entre estados e coordenação nacional no combate ao crime organizado, especialmente diante do avanço de facções amazônicas e sua integração a rotas transnacionais de tráfico.
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