O réu Márcio Luiz Cavalcante Mello foi condenado na última terça-feira (20) a 27 anos e seis meses de prisão, em regime inicial fechado, pelo Conselho de Sentença da Vara Única da Comarca de Autazes. Ele foi acusado e considerado culpado pelo homicídio qualificado de Nazaré Dias de Lima, irmã de sua então companheira.
A sessão de júri popular, presidida pela juíza titular da Comarca, Danielle Monteiro Fernandes Augusto, aconteceu no Fórum de Justiça Aristófanes Bezerra de Castro, iniciando por volta das 9h30 e sendo concluído às 17h30.
O promotor de justiça Carlos Firmino Dantas representou o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE/AM), enquanto o advogado Luiz Eduardo Queiroz Rocha atuou como defensor do réu.
Durante o julgamento por videoconferência, sete testemunhas foram ouvidas, sendo cinco indicadas pelo Ministério Público e duas pela defesa.
Réu nega crime
Márcio, que estava detido preventivamente em Manaus, manteve sua posição de negar a autoria do crime durante o interrogatório. A defesa sustentou a tese de negativa de autoria, enquanto o Ministério Público pediu aos jurados a condenação conforme a denúncia.
Márcio foi denunciado pelo MPE por homicídio qualificado, praticado por motivo fútil, com meio cruel e com recurso que impossibilitou e dificultou a defesa da vítima, além de ocultação de cadáver.
A sentença de 27 anos e seis meses de prisão em regime inicial fechado resultou na manutenção da prisão preventiva, e Márcio iniciará o cumprimento provisório da pena.
Cabe ressaltar que a sentença pode ser alvo de apelação.
Relembre o crime
O crime em questão ocorreu em 29 de setembro de 2021, e o corpo de Nazaré foi encontrado meses depois, escondido em uma geladeira abandonada na área de mata do Parque Festival do Leite. Devido ao estado avançado de decomposição, a causa exata da morte não pôde ser determinada.
De acordo com as investigações, Nazaré estava desaparecida desde o dia 29 de setembro de 2021, quando não retornou para casa após ir à escola GM3, onde estudava. A família realizou várias buscas, inclusive por meio de anúncios em redes sociais, sem sucesso.
Segundo os autos, um dia antes do desaparecimento, Márcio foi visto em frente à Escola GM3 e foi questionado pelo irmão de Nazaré, que também estudava lá, sobre o motivo de estar no local.
No dia dos fatos, Márcio chegou à residência do irmão de Nazaré e, ao perceber que ela tinha ido à escola sem o irmão, a levou rapidamente em uma motocicleta. Posteriormente, Márcio foi visto em alta velocidade na estrada do Rosarinho, com a vítima na garupa, vestindo o uniforme escolar e carregando uma mochila. Desde então, a jovem não foi mais vista.
O julgamento de Márcio Luiz
O julgamento de Márcio Luiz Cavalcante Mello faz parte do mutirão de sessões de júri popular realizado na Comarca de Autazes. Nessa semana, estão programados quatro processos. Na segunda-feira, João Cesar Almeida dos Santos foi condenado a 15 anos de prisão. Na quarta-feira, será o julgamento de José Willian de Oliveira, e na quinta-feira encerra com o julgamento de Edmar Nogueira Lemos.
*Portal Meu Amazonas, com informações do Tribunal de Justiça do Amazonas
Foto: Divulgação/TJAM
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