Manuais, 04 de abril de 2024 – A sessão da Câmara Municipal de Manaus (CMM) desta segunda-feira (8) foi marcada por bate-boca acalorado entre os vereadores Eduardo Alfaia (Agir), líder do prefeito, e Rodrigo Guedes (Progressistas), da oposição. A discussão girou em torno da presença de representantes do Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Aspromsindical) e do projeto de reajuste salarial para a categoria.
Desacordo sobre a pauta e acusações
A polêmica iniciou-se quando Alfaia questionou a legitimidade da presença do Aspromsindical na sessão, alegando que a matéria do reajuste não estava na pauta e que a presença dos sindicalistas servia apenas para “alimentar um palanque político”.
“Houve a sugestão do vereador Rodrigo Guedes para que o sindicato se manifestasse aqui, já tendo comparecido por duas vezes. Considero que continuaremos enxugando gelo, pois a matéria não está na pauta e essa abordagem parece ser claramente política”, declarou Eduardo Alfaia. Em seguida, ele acrescentou: “Vamos dar ouvido ao presidente do sindicato, embora algumas manifestações tenham sido ofensivas, utilizando vídeos posteriormente. Eu mesmo fui alvo de inúmeros ataques desta semana por parte deste sindicato, o que só contribui para o uso desse espaço como palanque político.”
O líder do prefeito também argumentou que a vinda dos dirigentes sindicais só “serve para desgastar o governo e os vereadores aliados”. Ele pediu ao presidente da Câmara que não cedesse à tentativa do vereador Rodrigo Guedes de pautar a agenda conforme sua conveniência política e eleitoral.
Guedes, por sua vez, defendeu o direito dos professores de se manifestarem e criticou a falta de sensibilidade do colega em relação às demandas da categoria.
“Quero falar de forma direta ao vereador Eduardo Alfaia, que se ele não tem informação das demandas dos profissionais da Educação, porque simplesmente não os ouve, apenas os ofende, os ataca, eu não tenho culpa. Como vossa excelência [Caio André] bem falou, esse pedido não é meu. O vereador Eduardo Alfaia deveria respeitar os profissionais da Educação da cidade de Manaus, porque ele disse aqui, nessa tribuna, que se os profissionais da Educação não querem o 1,25% [índice de reajuste proposto pela Prefeitura] deveriam abrir mão, uma fala totalmente ofensiva”, disse Rodrigo Guedes.
O presidente da CMM, Caio André, interveio na discussão, esclarecendo que a iniciativa de permitir a fala dos representantes do Aspromsindical não partiu de Guedes.
” O sindicato apresentou requerimento na sexta-feira (5), fazendo essa solicitação junto a essa presidência e tão somente faço questão de frisar isso junto ao representante do sindicato, para solicitar que possamos colocar em votação o projeto de lei que trata do reajuste salarial dos pedagogos e professores da Semed, no dia 8, ou seja, hoje”, disse Caio André.
Caio André
Falta de diálogo e polarização política
A troca de acusações entre os vereadores evidenciou a dificuldade de diálogo e entendimento entre os membros da CMM, bem como a polarização política no ambiente legislativo.
O episódio também colocou em evidência as divergências em torno das políticas educacionais e do papel do legislativo municipal na sua fiscalização e implementação.
Detalhes do Bate-Boca:
- Alfaia acusou Guedes de querer pautar as ações da Câmara “conforme sua conveniência política e eleitoral”.
- Guedes revidou, destacando a falta de sensibilidade de Alfaia em relação às demandas dos professores.
- O presidente da CMM, Caio André, interveio na discussão, esclarecendo que a iniciativa de permitir a fala dos representantes do Aspromsindical não partiu de Guedes.
- O vereador Raulzinho (MDB) também se queixou do tratamento “ofensivo” de Rodrigo Guedes e pediu para “tirar dos anais da casa os termos ofensivos”.
- A professora Elma Sampaio, representante do sindicato, pediu que os vereadores “respeitem e valorizem” os professores.
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