Manaus- (AM) – O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) embargou 6.417,75 hectares de áreas desmatadas ilegalmente no estado entre os dias 1º e 30 de abril de 2025. As ações, realizadas por meio de monitoramento remoto, fazem parte da estratégia do governo estadual de combate ao desmatamento ilegal.
Desmatamento
Ao todo, terminaram identificadas 1.050 áreas com desmatamento recente. Com base nos alertas emitidos pela plataforma BrasilMais, o Ipaam expediu embargos cautelares em diversos municípios, com destaque para Apuí, que liderou o ranking com 307 áreas embargadas. Canutama aparece em segundo lugar, com 56 áreas, seguido de Boca do Acre, com 20.
Outros municípios atingidos pelas medidas incluem Anamã (9 áreas), Autazes (4), Borba e Novo Aripuanã (3 cada), além de Anori, Barreirinha e Manicoré, com uma área embargada cada.
Fiscalização remota e atuação
De acordo com o diretor-presidente do Ipaam, Gustavo Picanço, o embargo é uma resposta imediata a crimes ambientais:
“Com o uso de satélites, conseguimos agir com rapidez e eficiência, mesmo em áreas de difícil acesso”, afirmou.
A coordenadora do Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP), Priscila Carvalho, reforça que técnicos analisam os alertas diariamente:
“Nosso trabalho é contínuo e técnico. Garantimos embargos mais precisos e respostas rápidas”, explicou.
Como funciona a plataforma BrasilMais
A plataforma BrasilMais utiliza imagens diárias captadas pela constelação de satélites PlanetScope, com mais de 180 unidades em órbita.
O acesso aos dados, feito por meio de um contrato firmado entre a Polícia Federal e a empresa Santiago & Cintra Consultoria (SCCON), contém informações compartilhadas por uma plataforma web, acessível a instituições públicas de todo o país, mediante adesão ao Ministério da Justiça.
Responsabilização
Os embargos foram publicados no site oficial do Ipaam, conforme a Decisão IPAAM/PNº613/2024. Os responsáveis têm até 20 dias, a partir da publicação, para apresentar defesa administrativa.
Contexto ambiental
Segundo dados do PRODES/Inpe, a Amazônia Legal perdeu mais de 11 mil km² de floresta em 2020. A atuação estadual sobre 6,4 mil hectares em um único mês sinaliza a importância de ações locais para conter a devastação.
O monitoramento remoto se consolida como ferramenta estratégica para o controle ambiental, permitindo que o Estado aja antes que o dano seja irreversível.
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