Manaus (AM) – O corpo de uma mulher foi encontrado na manhã deste domingo (18) no banheiro de uma quitinete localizada na rua Pedro Dias Leme, bairro Parque 10 de Novembro, zona Centro-Sul de Manaus. O filho dela, um jovem autista de 26 anos, estava sozinho na casa.
Segundo vizinhos, o forte odor vindo da residência chamou atenção. Preocupados com o silêncio incomum e sem conseguir contato com a moradora, entraram no imóvel e encontraram o corpo da mulher já em estado avançado de decomposição.
Filho não conseguiu pedir ajuda
A vítima vivia com o filho, que é autista não verbal e não conseguiu avisar ou pedir ajuda após a morte da mãe. Ele permaneceu sozinho no local, possivelmente desde o momento do falecimento.
Testemunhas afirmaram que a mulher era cuidadosa com o filho. A ausência de comunicação e odor vindo do local levantaram a suspeita de que algo grave havia ocorrido.
Possibilidade de Mal Súbito
A perícia do Instituto Médico Legal (IML) acredita que a mulher tenha sofrido um mal súbito dentro do banheiro. O corpo removido para exames terá a causa exata da morte confirmada após a necropsia.
O caso comoveu os moradores da área e reacendeu o alerta sobre a vulnerabilidade de pessoas com deficiência intelectual e seus cuidadores.
Repercussão e cuidados
A situação levanta questionamentos sobre a ausência de políticas públicas eficazes para apoio a famílias que cuidam de pessoas com deficiência. Em casos como esse, o cuidador é a única referência — e sua ausência pode significar abandono involuntário, mesmo sem má intenção. A tragédia revela um vazio institucional: quem cuida do cuidador?
Muitas vezes, esses cuidadores assumem uma carga física, emocional e financeira intensa, sem uma rede de apoio estruturada. Isso pode resultar em situações extremas, como abandono involuntário, não por negligência, mas por falta de opções.