Rio de Janeiro (RJ) – Odete Roitman, interpretada por Debora Bloch, faz sua aguardada estreia no remake de “Vale Tudo” neste sábado (26), mesma data em que a TV Globo comemora 60 anos de história. Após 24 capítulos apenas sendo citada, a vilã finalmente retorna ao Brasil, prometendo reviravoltas intensas na família Roitman.
Até agora, Odete era apenas uma sombra poderosa na trama, com seus parentes comentando sobre seu sumiço prolongado. Sua reentrada na história acontece por telefone: ligando de seu apartamento luxuoso em Paris para a irmã Celina (Malu Galli), Odete avisa que não se hospedará em sua casa, preferindo um hotel, pois estará acompanhada. Com seu veneno habitual, dispara: “Quanto menos eu ouvir falar português, melhor.”
Nos próximos capítulos, a volta da matriarca movimentará ainda mais a trama, especialmente no relacionamento turbulento com a filha Heleninha (Paolla Oliveira). Dominada pelo medo das críticas maternas, Heleninha enfrentará suas próprias feridas emocionais e será vista embriagada, culpando a mãe por seus problemas.
“Vale Tudo”, originalmente exibida em 1988, marcou gerações com a interpretação inesquecível de Beatriz Segall como a primeira Odete Roitman — uma das maiores vilãs da televisão brasileira.
Por que “Vale Tudo” é um marco da teledramaturgia e ganhou um remake?
“Vale Tudo” não é apenas uma novela. É um espelho ácido do Brasil dos anos 80, um tempo em que se perguntava, com um misto de revolta e resignação: vale tudo para vencer na vida?
A obra, criada por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, escancarou corrupção, ganância, desigualdade social e o abismo moral que separava ricos e pobres, explorando dramas familiares com precisão cirúrgica e uma narrativa que, pasmem, segue atualíssima em 2025.
Odete Roitman, símbolo da arrogância elitista e da ausência de escrúpulos, virou uma entidade cultural. Seu assassinato foi um dos maiores mistérios da TV brasileira, parando o país e eternizando a novela como patrimônio nacional.
A decisão da Globo de refazer “Vale Tudo” em seu aniversário de 60 anos é um gesto emblemático: homenageia o passado, celebra a força da dramaturgia nacional e renova para novas gerações a pergunta que ainda ecoa: em um país como o Brasil, até onde você iria para vencer?