A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou, nesta quinta-feira (7), a Operação Desfortuna, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa formada por 15 influenciadores digitais suspeitos de promover plataformas de jogos de azar ilegais na internet, como o popular “Jogo do Tigrinho”. A ação também apura suspeitas de lavagem de dinheiro, com movimentações bancárias que somam até R$ 4 bilhões.
A operação cumpre mandados de busca e apreensão em três estados: Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. A investigação é conduzida pela Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), com base em dados obtidos pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Segundo a polícia, os influenciadores investigados ostentavam vida de luxo incompatível com a renda declarada, com carros de alto padrão, imóveis caros e viagens internacionais. Em suas redes sociais, eles promoviam os jogos ilegais com promessas enganosas de lucros fáceis, o que caracteriza incentivo à prática de crime.
Influenciador preso com arma ilegal
Entre os alvos está Mauricio Martins Junior, conhecido como Mau Mau ZK, que foi preso em flagrante em São Paulo por porte ilegal de arma de uso restrito — uma pistola calibre .38 com numeração raspada, segundo a polícia. Ele tem mais de 3,4 milhões de seguidores nas redes sociais.
Outros influenciadores envolvidos
Além de Mau Mau ZK, também são investigados:
- Bia Miranda (Anna Beatryz Ferracini Ribeiro) – 5,1 milhões de seguidores;
- Jenny Miranda (Jenifer Ferracini Vaz), mãe de Bia – mais de 1 milhão de seguidores;
- Gato Preto (Samuel Sant Anna da Costa), ex-companheiro de Bia – cerca de 400 mil seguidores;
- Buarque (Rafael da Rocha Buarque), também ex de Bia Miranda – 2,8 milhões de seguidores.
Outros influenciadores alvos da operação são:
- Paola Ataíde (Paola de Ataíde Rodrigues);
- Tailane Garcia (Tailane Garcia dos Santos Laurindo);
- Paulina Ataíde (Paulina de Ataíde Rodrigues);
- Nayala Duarte (Nayara Silva Mendes);
- Lorrany Rafael (Lorrany Rafael Dias);
- Vanessinha Freires (Vanessa Vatusa Ferreira da Silva);
- Mohammed MDM (Tailon Artiaga Ferreira Silva);
- Luiza Ferreira (Ana Luiza Ferreira do Desterro Guerreiro);
- Micael dos Santos de Morais, da Agência MS.
Esquema incluía operadores financeiros e empresas de fachada
De acordo com a Polícia Civil, além da promoção dos jogos ilegais, a organização criminosa contava com operadores financeiros e empresas de fachada que eram utilizadas para ocultar a origem ilícita dos valores movimentados.
A corporação afirma que a prática de influenciadores incentivando jogos ilegais e exibindo ganhos irreais nas redes sociais representa uma ameaça direta à segurança financeira de usuários desavisados. A investigação segue em andamento e novas fases da operação não estão descartadas.
*Agência Brasil
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