Manaus (AM) – Em julgamento realizado nesta segunda-feira (12) pela 2ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum Ministro Henoch da Silva Reis, em Manaus, os réus Erick Anderson Muniz Castro, de 33 anos, e João Matheus Souza Sarmento, de 22 anos, foram condenados a 28 anos e 21 anos de prisão, respectivamente, pelo homicídio qualificado da adolescente de 14 anos, Lenita da Silva e Silva. Por sua vez, Cleandro Vasconcelos Viana foi absolvido pelo conselho de sentença.
O processo começou às 10h30 e encerrou às 23h com a leitura da sentença.
Durante o interrogatório João Matheus apontou Erick Anderson como o autor dos disparos contra a adolescente. Ele também afirmou não saber que seu comparsa tinha a intenção de matá-la. Já Cleandro negou qualquer envolvimento no crime, e Erick também negou ter sido o responsável pela morte de Lenita.
Após os debates, o Conselho de Sentença, por maioria de votos, considerou João Matheus e Erick Anderson culpados pelo crime, conforme a denúncia apresentada pelo Ministério Público, condenando ambos por homicídio qualificado, motivado por razões torpes e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima (art. 121, incisos I e IV).
Direito de recorrer em liberdade
Apesar da condenação, João Matheus, que já respondia em liberdade pelo homicídio de Lenita, recebeu o direito de recorrer da sentença em liberdade. Tal decisão foi concedida pelo juiz James Oliveira dos Santos, responsável pela presidência da sessão de julgamento popular.
Erick Anderson, por sua vez, possui uma condenação de 17 anos e seis meses em outro processo em andamento na 3ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus. Com a nova condenação, o magistrado determinou o cumprimento imediato e provisório da pena. Cabe ressaltar que a sentença pode ser objeto de recurso.
Relembre o crime
O crime ocorreu em maio de 2020, no ramal da Praia Dourada, bairro Tarumã, zona Oeste de Manaus. Na ocasião, João Matheus, com 16 anos, convidou Lenita para uma festa, buscando-a em um carro dirigido por Cleandro.
Durante as investigações conduzidas pela delegada Marília Campello, foi evidenciado que a adolescente possuía amizades com membros de duas facções criminosas rivais atuantes no bairro da Compensa, zona Oeste de Manaus.
Além disso, a polícia constatou que Lenita estava envolvida em um relacionamento com João Matheus, que fazia parte de uma dessas organizações criminosas.
A morte da jovem teria ocorrido em decorrência dessa aproximação com as facções e supostamente por compartilhar informações entre elas, embora tal fato não tenha sido confirmado pela polícia.
Durante a fase do Inquérito Policial (IP), Cleandro alegou que apenas emprestou o carro para levar Lenita até a suposta festa. Erick Anderson, interrogado na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), negou qualquer participação no crime, enquanto João Matheus apontou ambos como autores do delito.
O processo agora segue para a fase de recursos, na qual os condenados poderão apresentar suas apelações.
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