Thomas Shannon afirma que republicano encerrou o capítulo Bolsonaro e busca aproximação pragmática com Lula diante de pressões econômicas internas
Trump fecha o capítulo Bolsonaro e mira vantagem com Lula, diz Thomas Shannon
O ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, afirmou que o ex-presidente Donald Trump considera Jair Bolsonaro um “assunto encerrado”. Em entrevista à BBC News Brasil, Shannon revelou que o republicano reconhece não haver mais espaço para intervir no processo judicial que levou à condenação de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
“Sim. Por que ele vai fracassar de novo quando já fracassou uma vez? Trump é astuto nesse ponto. Ele sabe quando não pode avançar em uma frente e procura outra”, afirmou Shannon.
A declaração marca um novo capítulo na relação política entre os dois líderes, antes aliados ideológicos e símbolos de uma mesma onda populista conservadora. Para Shannon, Trump já percebeu que insistir no apoio a Bolsonaro seria um desgaste sem retorno — e que a conjuntura agora aponta para um cálculo mais pragmático.
Cálculo político e aproximação com Lula
Segundo o diplomata, o ex-presidente americano tem se movido para estreitar laços com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em uma tentativa de reposicionar sua imagem internacional e abrir caminhos econômicos vantajosos.
Shannon afirma que pressões internas nos Estados Unidos — especialmente de setores empresariais insatisfeitos com as tarifas de 50% — influenciam essa mudança de postura. A aproximação com o Brasil de Lula pode oferecer a Trump um ganho político duplo: distanciar-se do fracasso bolsonarista e, ao mesmo tempo, reconstruir pontes com um dos maiores parceiros econômicos da América do Sul.
Da afinidade ideológica ao pragmatismo político
O rompimento simbólico entre Trump e Bolsonaro representa, segundo analistas, a dissolução de uma aliança baseada mais em retórica do que em resultados concretos. A relação que nasceu de slogans e afinidades ideológicas perdeu valor diante das prioridades comerciais e eleitorais do cenário americano.
Para Shannon, Trump é essencialmente pragmático — e ao ver que “não há mais dividendos políticos em sustentar Bolsonaro”, prefere investir em frentes mais promissoras. A aproximação com Lula, ainda que inesperada, seria mais uma jogada tática do republicano, que não hesita em mudar de eixo quando enxerga vantagem.
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