O empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, preso nesta sexta-feira (12) pela Polícia Federal, ostentava uma coleção milionária de carros de luxo e imóveis.
Em maio deste ano, agentes apreenderam na residência dele uma frota de veículos avaliada em mais de R$ 3,8 milhões, incluindo modelos da Porsche — como o 911 e o Panamera, avaliados em R$ 1,5 milhão e R$ 800 mil, respectivamente —, além de uma BMW Competition de R$ 890 mil, uma BMW M135 de R$ 271 mil e um Range Rover, cotado acima de R$ 400 mil no mercado.
Antunes foi preso junto ao sócio, Maurício Camisotti, suspeitos de envolvimento em um esquema de fraudes milionárias contra aposentados e pensionistas do INSS. A ação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e faz parte da Operação Sem Desconto, que investiga descontos indevidos em benefícios previdenciários em todo o país. Segundo apurações, havia risco de fuga e indícios de ocultação de patrimônio.
Deflagrada em abril, a operação é conduzida pela PF em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU). O cálculo é de que associações envolvidas no esquema tenham retirado de forma irregular cerca de R$ 6,3 bilhões de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. Na primeira fase, foram cumpridos mais de 200 mandados judiciais, além do afastamento de servidores públicos e bloqueio de bens avaliados em mais de R$ 1 bilhão.
O caso também está no foco da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso Nacional. O colegiado aprovou a quebra de sigilos bancário, fiscal e telemático de investigados, entre eles o próprio “Careca do INSS”, Camisotti e o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto. Na semana anterior, os parlamentares já haviam aprovado pedidos de prisão preventiva contra 21 investigados.
Paralelamente, o governo federal iniciou o ressarcimento das vítimas. Até agosto, 1,6 milhão de aposentados e pensionistas receberam R$ 1,084 bilhão de volta, referentes a descontos ilegais feitos entre março de 2020 e março de 2025. A restituição foi viabilizada por uma medida provisória que liberou R$ 3,31 bilhões, enquanto a Advocacia-Geral da União (AGU) conseguiu na Justiça o bloqueio de R$ 2,8 bilhões em ativos de pessoas e empresas investigadas.
Os pagamentos começaram em julho, em parcela única e corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O cronograma segue a ordem de adesão ao acordo com o INSS, e os beneficiários têm até 14 de novembro de 2025 para contestar ou aderir à restituição.
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