Luciane Barbosa Farias, de 39 anos, conhecida como “Dama do Tráfico”, foi presa na quarta-feira (28/05) pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), após cinco meses foragida. Ela é esposa de Clemilson dos Santos Farias, o “Tio Patinhas”, apontado como líder do Comando Vermelho no Amazonas, preso desde 2022.
Quem é Luciane Barbosa Farias
Luciane ganhou notoriedade nacional em 2023 ao participar de reuniões no Ministério da Justiça, em Brasília, apresentando-se como presidente do Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), uma ONG de defesa de direitos humanos. Durante essas viagens, chegou a ter passagens e diárias custeadas pelo Ministério dos Direitos Humanos.
A presença da “Dama do Tráfico” em encontros com autoridades federais gerou grande repercussão, já que ela já havia sido condenada por crimes ligados ao tráfico de drogas.
Detalhes da prisão
A prisão foi efetuada pela Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (DERFD), em uma residência localizada no bairro Cidade de Deus, zona norte de Manaus. De acordo com o delegado Thomaz Vasconcelos Dias, titular da DERFD, a ação ocorreu com base em uma investigação sigilosa em andamento.
“Há uma investigação em andamento – cujas informações não podem ser divulgadas no momento –, em relação a uma organização criminosa envolvida com roubos e fraudes. Verificamos a participação da ‘Dama do Tráfico’ nas práticas criminosas”, explicou o delegado.
Ainda segundo ele, a equipe saiu em diligência e identificou o momento certo para efetuar a prisão, sem comprometer o sigilo das investigações.
“Entendemos que ontem seria o melhor momento para dar cumprimento à prisão, sem que houvesse interferência nas investigações, e ela será apresentada à Justiça para cumprir a pena a qual foi sentenciada”, completou Vasconcelos.
Luciane foi condenada a 10 anos de reclusão pelos crimes de lavagem de dinheiro, organização criminosa e associação para o tráfico. Ela está à disposição da Justiça.
Repercussão nacional
A prisão de Luciane reacende os debates sobre a infiltração de facções criminosas em instituições públicas e levanta questionamentos sobre a efetividade dos mecanismos de controle de participação em eventos governamentais.
Segundo o Ministério dos Direitos Humanos, Luciane foi indicada para participar dos encontros por comitês estaduais e não havia, à época, um sistema que cruzasse os dados de participantes com antecedentes criminais.
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