Manaus (AM) — O vereador Roberto Sabino (Republicanos) apresentou um Projeto de Lei (PL) para reconhecer a saudação evangélica “A Paz do Senhor Jesus” como Patrimônio Cultural de Natureza Imaterial do município de Manaus. A deliberação ocorreu nesta quarta-feira (22/10) na Câmara Municipal de Manaus (CMM).
O PL baseia-se em dados do último Censo Demográfico do IBGE, que apontou que 55,7% da população manauara se identifica como evangélica, refletindo a presença significativa de cristãos protestantes na cidade. Projeções do Datafolha/Portal Tela 2025 indicam que até 2026 os evangélicos poderão representar cerca de 36% da população nacional.
A saudação “A Paz do Senhor Jesus” é uma prática cultural amplamente utilizada entre os fiéis como forma de cumprimento fraternal. Segundo o vereador, a expressão promove valores de fraternidade, respeito e solidariedade, sendo uma manifestação cultural significativa para a população evangélica da cidade.
“Falar ‘A paz do Senhor’ não é apenas uma expressão religiosa, mas um importante elemento de identidade cultural e social. É uma manifestação característica de um grupo que compõe parte expressiva da população manauara, que ao proferir esta frase só deseja a paz e o bem-estar ao outro”, afirmou Roberto Sabino.
O vereador reforçou a importância de legitimar o PL, destacando que a medida preserva uma tradição social e saudável, profundamente enraizada no cotidiano de milhares de cidadãos.
“Reconhecer oficialmente esta saudação como Patrimônio Cultural Imaterial de Manaus é uma medida justa, que visa preservar e valorizar uma tradição profundamente enraizada na história e no dia a dia de muitos manauaras”, completou.
Fala do Especialista:
Especialistas ouvidos pelo Portal Meu Amazonas avaliaram que o projeto de lei apresentado pelo vereador Roberto Sabino toca em um ponto sensível da relação entre fé e identidade cultural. Para o sociólogo Antônio Amaral, a saudação “A Paz do Senhor Jesus” ultrapassa o campo religioso e se insere no cotidiano como expressão de fraternidade e pertencimento entre milhões de brasileiros.
“Do ponto de vista cultural, trata-se de uma prática consolidada que expressa valores de comunidade, acolhimento e solidariedade. No entanto, é importante que o poder público mantenha o cuidado de reconhecer manifestações sem transformar o patrimônio cultural em instrumento de promoção de uma fé específica”, observou Antônio Amaral.
O sociólogo reforçou ainda que o reconhecimento de elementos culturais religiosos é legítimo, desde que o mesmo princípio se aplique a outras tradições igualmente enraizadas na vida manauara.
“Manaus é uma cidade marcada pela diversidade espiritual — evangélica, católica, afro-brasileira e indígena. Qualquer iniciativa de valorização deve respeitar esse equilíbrio e garantir isonomia, lembrando que o Estado é laico”, destacou.
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