Embora a legislação brasileira assegure a contratação de pessoas com deficiência (PcD), essa parcela da população continua a enfrentar desafios significativos para ingressar no mercado de trabalho, alcançar estabilidade e subir na carreira.
A campanha ‘Setembro Verde’, em alusão ao Dia Nacional da Pessoa com Deficiência, celebrado em 21 de setembro, busca ajudar a romper essas barreiras por meio da conscientização.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somente 26,6% das pessoas com deficiência estão formalmente ocupadas, enquanto pesquisa da consultoria Coexistir, especializada em diversidade e inclusão, revela que 64% desses profissionais nunca receberam uma promoção. O dado evidencia que é preciso não somente garantir a entrada no mercado de trabalho, mas também construir um ambiente que permita a esses colaboradores avançar na carreira.
“Muito do crescimento profissional do PcD vem do apoio da empresa, vem do que ela oferece para esse trabalhador. Onde trabalho, os planos são para todos”, afirma o analista de diversidade e inclusão do Sabin Diagnóstico e Saúde, Bruno Braga, 34. Atualmente, ele ocupa um posto-chave na estrutura de inclusão da empresa em Brasília (DF), e é exemplo de que é possível crescer profissionalmente, independentemente de limitações físicas.
Bruno possui tetraplegia traumática definitiva, adquirida após um acidente automobilístico em 2007. Ele conta que trabalhou em outros lugares antes de ser contratado pelo Sabin, em 2018, como assistente administrativo. Mas foi na nova companhia, onde foi promovido ao atual cargo, que percebeu a importância de uma cultura de valorização dos colaboradores.
“Creio que o trabalho das empresas vai muito além de atender cotas. Envolve se perguntar como essa pessoa vai trabalhar de maneira confortável. No Sabin, temos uma equipe de saúde corporativa dedicada a esse público, a saber se a postura laboral está correta ao sentar, por exemplo; como está a relação com a equipe de trabalho; como ele está se sentindo no posto em que ocupa, etc.”, comenta o profissional.
Objetivo e foco
Casos como esse se repetem na empresa. Marcelo Lima, 36, entrou no Sabin em Manaus (AM) no ano de 2015, como auxiliar administrativo. Desde o início, traçou como meta galgar postos mais altos, sabendo que sua deficiência visual monocular (adquirida na infância) não o impede de ser um bom profissional.
“Busquei ampliar meus conhecimentos e me matriculei no curso de Gestão Hospitalar, diretamente ligado à minha área profissional. Com essa dedicação, em determinado momento, a promoção chegou, consolidando a meta estipulada,” comenta. Hoje, ele ocupa a função de analista de faturamento.
Cuidado
Em seu mais recente relatório de Sustentabilidade (edição 2024), divulgado em julho, o Grupo Sabin destaca que, ainda durante a admissão de colaboradores com deficiência, a equipe de Saúde e Segurança do Trabalho realiza uma análise prévia para identificar necessidades específicas e definir adaptações no ambiente de trabalho. “São avaliados ferramentas, equipamentos, mobiliário e acessibilidade, de modo a garantir as adequações necessárias para a inclusão plena”, diz o documento.
“Nosso propósito é acolher, respeitar e conviver com qualquer tipo de diferença. Garantir que todos tenham condições equitativas de desenvolvimento fortalece tanto a empresa, como negócio, quanto a relação entre as pessoas”, destaca Marly Vidal, diretora administrativa e de pessoas do Grupo Sabin.
Segundo ela, a organização vai além do cumprimento da Lei de Cotas. “A diversidade e a inclusão não são somente uma obrigação, mas uma escolha estratégica que promove crescimento e inovação”.
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