Nádia Regina, 45, morta pelo filho, João Vitor, 19, na Zona Leste; agressões eram recorrentes
Manaus (AM) – A Zona Leste de Manaus amanheceu em choque nesta quarta-feira (22) após um crime brutal de violência doméstica. A pastora Nádia Regina Andrade, de 45 anos, terminou morta a facadas dentro de casa pelo próprio filho, João Vitor, de 19 anos, no bairro Nova Vitória. A vítima, auxiliar de serviços gerais e líder da Igreja Pentecostal do Amor de Deus, na mesma zona da cidade, havia acabado de chegar do trabalho, quando atacada.
Segundo relatos de vizinhos e familiares, Nádia Regina terminou atingida por nove golpes de faca. Testemunhas afirmam que ela mal teve tempo de reagir, sendo surpreendida assim que entrou em casa. O caso de Pastora assassinada em Manaus expõe um ciclo de violência, marcado por agressões e tentativa da mãe em salvar o filho, apesar dos alertas e medo da família.
Histórico de violência familiar marcou rotina da Pastora assassinada em Manaus
De acordo com vizinhos e amigos, João Vitor demonstrava comportamento agressivo desde a infância. Com o passar dos anos, os acessos de fúria se tornaram mais frequentes e perigosos, marcando uma rotina de violência e medo dentro de casa, especialmente contra a mãe.
Ainda assim, Nádia Regina se agarrava à fé. Orava, jejuava e acreditava que o filho pudesse mudar — um gesto de amor que, aos poucos, virou martírio. Familiares confirmaram que a própria irmã do agressor chegou a denunciá-lo por violência doméstica, num lar já dominado pelo medo. Todos sabiam que as explosões poderiam, a qualquer momento, terminar em tragédia.
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Crise de Saúde Mental e Ausência de Acompanhamento no Amazonas
O crime é reflexo da crise da violência familiar e ausência de políticas efetivas de saúde mental no Amazonas. Casos como esse revelam lacunas no atendimento psicológico de jovens com transtornos comportamentais e histórico de agressividade na região.
A Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), investiga o caso.
A polícia deve apurar se o jovem recebia acompanhamento médico e quais eram as condições de convivência no lar.
Desfecho trágico: O filho capturado e executado
Horas após o assassinato, João Vitor acabou capturado por membros do chamado “tribunal do crime” em um ramal na comunidade Coração de Mãe. O corpo dele, encontrado pela polícia no fim da tarde desta quarta-feira, continha sinais de extrema violência.
Portanto, o duplo desfecho — mãe morta pelo filho, filho morto pelo crime — compõe um retrato sombrio da realidade em comunidades da Zona Leste, onde a ausência do Estado e o avanço de grupos criminosos se misturam ao drama das famílias.
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