Apuí (AM) – Um forte temporal no município de Apuí, no sul do Amazonas, resultou na morte de dez bois em uma propriedade rural na tarde desta quinta-feira, 18 de setembro. A fatalidade, causada por um raio, gerou um prejuízo de cerca de R$ 30 mil para o produtor rural Romildo Cavicholli.
A morte dos animais foi confirmada pela Secretaria Municipal de Produção Rural de Apuí, que já mobilizou uma equipe técnica para prestar assistência ao proprietário. A medida busca orientar sobre o destino seguro e correto dos animais e sobre os procedimentos necessários para evitar riscos sanitários e ambientais na área afetada.
Descargas elétricas
O incidente com os animais demonstra os riscos das descargas elétricas em áreas rurais. Além de representar um perigo direto para rebanhos e pessoas, raios podem causar incêndios e danos estruturais.
A alta voltagem de um raio, que pode chegar a milhões de volts, é letal para os animais atingidos, mesmo que a descarga não seja direta.
A tempestade também causou outros transtornos em Apuí. A cidade registrou interrupções no fornecimento de energia elétrica por aproximadamente quatro horas, o que afetou a rotina dos moradores e serviços essenciais.
Raios na Amazônia
A Amazônia e o estado do Amazonas estão entre as regiões com maior incidência de raios no Brasil. A pesquisa do Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e outros estudos científicos confirmam isso.
Existem razões claras para esse fenômeno. A principal combinação que favorece a formação de tempestades e raios é a alta umidade e o calor intenso. A Floresta Amazônica, com sua vasta área de vegetação e rios, atua como um gerador natural de umidade. Quando essa umidade se encontra com o calor da região equatorial, a atmosfera se torna o ambiente perfeito para a formação das grandes nuvens de tempestade, as chamadas cumulonimbus.
Essas nuvens são caracterizadas por sua capacidade de gerar uma grande quantidade de descargas elétricas. De acordo com especialistas, a Amazônia produz até 30 milhões de raios por ano, uma quantidade significativa que a coloca no topo do ranking. Além disso, estudos recentes têm apontado que a crise climática e o aumento da temperatura global podem elevar ainda mais o número de raios na região.
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